EDITORIAL – DESAQUECIMENTO OU RECESSÃO?

“O pessimista reclama do vento, o otimista torce para que ele mude e o realista ajusta as velas” (William George, Teólogo Inglês).

 

Nos últimos anos o setor imobiliário americano estava marcado por forte liquedez, o que possibilitou o aumento do “subprime” (empréstimos feitos a pessoas com histórico de inadimplência), porém tal expansão de créditos ocasionou uma crise no mercado imobiliário americano, já que empresas passaram a ter problemas com as hipotecas, a partir daí os preços dos imóveis entraram em queda, em conjunto os números de compras dos imóveis também. A crise imobiliária nos EUA podia até ser imaginada, mas não se esperava que atingisse tais dimensões, o impacto seria apenas negativo na atividade imobiliária, porém o problema é que por traz da crise do “subprime”, apareceu uma crise bancária que apresenta um efeito dominó, já que hoje o ambiente econômico global é totalmente interligado.

            As bolsas do mundo inteiro há anos vinham quebrando recordes e era evidente que uma hora isso ia acabar. Por se tratar do sistema bancário americano, a crise de créditos passa a ser um desafio não apenas para os EUA, mas também para o resto do mundo.

Ela está ai, e é inevitável não pensar nas conseqüências que trará para o mundo e que ainda podem ser agravadas caso haja recessão no país.

No entanto é importante ressaltar que hoje a economia mundial é muito menos dependente dos EUA, que apesar de ser a principal fonte de expansão mundial, vem perdendo peso para a região Asiática, que apresenta altas taxas no crescimento do PIB, porém diante da situação, a crise também afetaria a China que conta com um grande número de empresas americanas instaladas em sua região, devido redução de custos, além disso, caso haja uma redução no consumo americano, ocorrera na China diminuição na produção, que trará conseqüências como redução dos custos para baratear os preços finais do produto, tentando assim atrair o mercado consumidor.

De qualquer forma acreditamos que os “países emergentes” serão os mais afetados pela crise, devido à diminuição de investimento e de importação. É certo que hoje estamos menos vulneráveis, mais consolidados, apresentamos um real mais forte e a inflação melhor controlada, mas certamente não estamos totalmente imunes, a desaceleração do crescimento mundial afetaria o Brasil, já que é provável que o nível de créditos concedidos diminuiria, assim atrasando futuros projetos. Este cenário já é visto desde o ano passado, quando o desempenho da exportação do Brasil diminuiu com a desaceleração americana.

Hoje, estamos mais tranqüilos, certamente sofreremos menos do que se imaginava, porém vale lembrar que ainda não fomos ainda testados para uma crise, já que a conjuntura internacional dos últimos tempos foi favorável para o Brasil.

abril 24, 2008 at 11:50 pm Deixe um comentário

Primeira vitima de terremotos no Brasil

Terremotos no Brasil? Será que estou falando mesmo do nosso país? Muita gente acha que não, mas sim, há terremotos. São cerca de 80 a 90 por ano, a maioria com magnitude inferior a 4. Numa escala que vai de 1 até 9, são considerados relativamente fracos, ainda mais quando comparados com os violentos tremores que ocorrem no Japão, por exemplo.

A pouca incidência de terremotos no Brasil é proveniente de sua localização no centro da placa Sul-americana. A causa dos tremores se encontra na litosfera, a camada mais rígida e mais fria de rochas que recobre o planeta terra. As áreas que estão mais sujeitas a tremores apresentam no interior das placas uma litosfera mais fina, liberando facilmente a pressão resultante dos movimentos das placas, ocorrendo terremotos.

 

 

O terremoto com a primeira vítima fatal aconteceu em dezembro de 2007, na cidade de Itacarambi, Minas Gerais, com um tremor de 4,9 pontos na escala Richter, provocou a morte de uma criança de cinco anos e ferimentos em seis pessoas, além de desabrigar outras 380 e derrubar 75 casas.

A maior atividade sísmica do Brasil é no Nordeste, sobretudo no Rio Grande do Norte, Ceará, Pernambuco e Recôncavo Baiano. O maior terremoto já registrado no Brasil foi o da Serra do Tombador, no Mato Grosso, em 1955, que atingiu 6,6 pontos na escala Richter e foi sentido a 600 quilômetros de distância do epicentro, mesmo assim nunca tinham acontecidos terremotos fortes a ponto de provocarem vitimas, a repercussão deste ultimo se deve a este fato de ter acontecido uma primeira vitima. A partir de então o governo brasileiro se propõe a ter um maior controle sobre futuros abalos que possam ocasionar maiores problemas.

 

 

Tremor no litoral é sentido em São Paulo no dia 22 de abril

São Paulo, 22 de abril de 2008. Um pequeno tremor de terra é sentido por grande parte da população da cidade e algumas áreas da Grande São Paulo.

        Os estados vizinhos também foram atingidos. Terremoto no Brasil? O Corpo de Bombeiros confirma. O tremor é, entretanto, considerado moderado, incapaz de provocar grandes danos num local como São Paulo.O epicentro do terremoto ocorreu a 270 km de São Vicente, localizada no litoral sul de São Paulo, e atingiu 5,2 graus na escala Richter, de acordo com o Serviço de Geologia dos Estados Unidos. 

Apesar de o epicentro ter sido registrado no litoral, técnicos garantem que não houve risco algum de tsunami, já que esse fenômeno só acontece com terremotos maiores do que esse.

Calcula-se que os tremores ocorram na região uma vez a cada 10 a 15 anos. A chance de novo tremor agora seria mínima.

 

 

Conheça a escala Richter :
Menos de 3,5 graus – É registrado, mas muitas vezes não é sentido
3,5 a 5,4 graus – É sentido, mas pode causar danos
5,5 a 6 graus – Ocasiona danos pequenos em prédios
6,1 a 6,9 graus – Pode causar danos graves em regiões onde vivem muitas pessoas
7 a 7,9 graus – Terremoto de grandes proporções e causa danos graves
8 graus ou mais – Terremoto muito forte e causa destruição na área atingida e em áreas vizinhas

 

abril 24, 2008 at 11:25 pm Deixe um comentário

Brasil: de devedor a credor externo

A divida externa do Brasil já passou por diversos níveis evolutivos, ela foi um problema que assombrou o país desde o inicio da sua história, porém um anuncio do Banco Central, do dia 21 de fevereiro, promete reverter essa situação, pois declara o fim da divida externa líquida. Para o país o ocorrido  tem um significado de extrema importância, pois é a primeira vez na história que isso acontece.

            Foi no período de sua independência que o Brasil começou a alimentar a dívida, porém foram só alguns anos mais tarde, no período do governo militar (com alguns problemas já vindos do governo de JK) que ela atingiu proporções estrondosas. Esse período, conhecido como milagre brasileiro, afinal a indústria local cresceu taxas elevadíssimas e o PIB também, ficou marcado por maciços empréstimos de capital estrangeiro que fizeram a dívida crescer por volta de 8 bilhões de dólares. A segunda fase de alto endividamento começa no governo do general Ernesto Geisel. No milagre brasileiro o petróleo era barato, com a primeira crise o preço subiu. Depois da segunda crise os preços ficam tão altos que o Brasil sai prejudicado nos setores energético e automobilístico, fazendo assim com que o modelo de rápido desenvolvimento implantado pelo governo militar enfim entre em falência,o governo pede “ajuda” ao FMI desde então. Ao fim desse período, por volta de 1985 a divida já alcançava a casa de 100 bilhões de dólares, se consolidando assim como a maior divida externa do mundo. Em resumo pode-se dizer que no espaço de tempo entre 1971 a 1998 a divida externa foi caracterizada por um contínuo encremento, foi só em 2001 e mais significativamente em 2005 que a divida passa a ter quedas, mesmo assim ela continuava sendo um problema para a retomada do crescimento do país.

O gráfico mostra a queda da divida externa a partir de 2001

http://apache.camara.gov.br/portal/arquivos/Camara/internet/publicacoes/estnottec/tema10/2006_3144.pdf

 Desde essa queda na dívida o Brasil apresentou expressiva melhoria nos indicadores de sustentabilidade externa. Em 2007 alcança o quinto ano consecutivo de superávits em transações correntes, fora isso, aconteceu também um maior ingresso de capitais no país além de o balanço de pagamentos ter encontrado um equilíbrio.

              Dentro desse cenário positivista foi que o Banco central divulgou que o Brasil passa de devedor a credor externo, pela primeira vez na história. Segundo a autoridade monetária isso só foi possível, pois deduziram da divida externa bruta os ativos do país no exterior, estes são constituídos maciçamente por reservas internacionais do BC, assim pode-se dizer que as reservas internacionais e quaisquer outros ativos são maiores do que a divida externa, ou seja, o dinheiro que o Brasil tem aplicado no exterior é maior que esta.        Com estes dados a posição externa do país tem um fortalecimento. O Brasil agora tem um crédito externo líquido de US$ 4 bilhões, alcançar este estágio memorável em nossa história foi possível basicamente por como a  conquista de uma estabilidade macroeconômica a longo prazo (avanços no mercado financeiro atraindo investidores externos, aumento do comércio externo e dinheiro sobrando para investimento em países emergentes) e também por realizarmos um bom desempenho nas exportações.

            Agora que a divida externa é dada como liquidada logo se remete à idéia de que o cenário é mais do que propício para o crescimento do país, pode-se afirmar que realmente o Brasil tenha bases mais sólidas agora que não tem preocupações com a dívida, porém o país ainda tem muitos gastos e não apresenta um ambiente favorável ao investimento privado, pois mesmo sem divida ainda existem muitos problemas, não só do setor financeiro que precisam ser resolvidos, portanto o crescimento mesmo que aumente não será tão elevado quanto poderia, caso essa situação que consta com alguns detalhes a serem resolvidos fosse revertida o Brasil poderia estar crescendo em níveis equiparáveis aos da China que cresce acordo com o Banco Mundial, por volta de 9,8% (trimestralmente).

 

 

 

abril 24, 2008 at 10:21 pm Deixe um comentário

A crise das FARC e o futuro da América Latina

As FARC ( Forças armadas revolucionárias da Colômbia) são uma organização de inspiração comunista, que se declara um grupo de guerrilha revolucionária marxista-leninista. Elas surgem como um pequeno grupo de liberais que se aliou contra o governo conservador da Colômbia e hoje se tornou o maior grupo paramilitar da América do Sul, gerando tensões regionais e também de soberania que podem encaminhar o futuro da América Latina, principalmente dos países vizinhos como Equador e Venezuela, entre outros.

 

As FARC contam com alistados muito jovens por isso se tornou um grande grupo paramilitar

 As FARC contam com alistados muito jovens um dos motivos para ter se tornado um grande grupo paramilitar

 

    Por serem um grupo de radicais, as FARC vivem hoje em crise, afinal são reconhecidas por países como EUA, Canadá e União Européia, além da própria Colômbia, como sendo um grupo terrorista e por isso ameaçariam a soberania de algumas outras regiões, como a do Equador que entrou no conflito, pois não teve suas fronteiras respeitadas em um ataque da Colômbia ás FARC que ocorreu dentro de seu território. Além disso, pelo fato de as FARC serem sustentadas pelo narcotráfico e por seqüestros elas passam a ser vistas não só como terroristas, são também mal julgadas por isso. Ao longo destes anos seus ideais revolucionários  teriam se perdido, fazendo com que hoje as FARC sejam vistas como um grupo sem causa. O grupo  acabou também muito longe dos ideais de outros revolucionários da própria América Latina como Che Guevara, “Hugo Chaves”, Daniel Ortega (presidente da Nicarágua) ou mesmo do próprio Fidel Castro. Vários de seus membros tem se desiludido com a situação e acabam debandando para o lado do governo.

            Depois do ataque colombiano às FARC dentro do território equatoriano o conflito teve de ser discutido pela ONU, pois o presidente do equador Rafael Correa afirmou que os ataques feriram a soberania do país, consequentemente a Colômbia deveria ser punida. A ONU,  entretanto declarou que a Colômbia agiu de maneira errada mas seu propósito se sobrepôs a ação diplomática que deveria ocorrer anteriormente a invasão. No ataque o número dois da organização, Raul Reyes, foi morto, fato este que enfraqueceu ainda mais a organização.

            Os EUA criaram seu vinculo de envolvimento com o conflito, investindo na Colômbia para acabar com o narcotráfico.A Colômbia é hoje o maior alimentador do mercado de cocaína mundial.

             Estes investimentos são vantajosos, pois ajudam no seu “desenvolvimento”,  melhoram a infra-estrutura e incentivam a mudança na agricultura. O Plano Patriota patrocinado pelos Estados Unidos, antes chamado de Plano Colômbia, investe bilhões de dólares para acabar com o problema além de consistir em uma intervenção militar ostensiva em plena Amazônia sul-americana, deixando claro seus interesses políticos, econômicos e territoriais. A região por ele “defendida” é rica em água potável, petróleo, minérios, biodiversidade entre outras riquezas.                                       

            Dentro do contexto de conflitos, preocupações e interesses que as FARC tem com países fronteiriços, encontramos as aspirações de Hugo Chaves, presidente da Venezuela, (com suspeitas de apoio financeiro e bélico as FARC)que busca a soberania bolivariana, tentando cativar e ajudar países não tão fortes mas com governantes populares como é o caso de Evo Morales e Correa, e assim construir um grande continente com os propósitos de Simon Bolívar se perpetuando numa “ditadura”, alcançaria com isso uma hegemonia de comércio com países de fora, em detrimento a outros blocos mais heterogêneos deste cone sul.

            O líder bolivariano que nos últimos tempos estendeu sua influência aos governos da Bolívia,  já está celebrando a vitória do novo presidente do Paraguai, Fernando Lugo, desejando conversar o mais rápido possível sobre planos de cooperação(construir a união de nações sul americanas em contraposição aos EUA). A própria intermediação do líder, ao lado do presidente francês Nicola Sarkozy, que pretende a libertação de alguns reféns, de posse das FARC,  são claras demonstrações de tentativas de fortalecimento próprio, não tão preocupado com o desenvolvimento equilibrado de todos os países da América Latina e nos benefícios das negociações com outros blocos continentais do mundo globalizado.

            O Brasil, um dos atuais emergentes mundiais  e seus aliados no Mercosul, como Paraguai e Argentina, trabalham para fortalecer a democracia em todos os países da América latina, inclusive da Colômbia, trazendo prosperidade para estes países tornando assim o continente forte aumentando o equilíbrio comercial com os outros continentes.

            De acordo com os interesses, políticos, econômicos e culturais dos países da América latina, a crise das FARC pode vir a determinar um futuro para a região, podendo ou não contribuir para a formação de um bloco econômico equilibrado entre os países latino americanos.

 

 

 

 

 

abril 24, 2008 at 9:43 pm Deixe um comentário

Kosovo declara independência e luta por reconhecimento

Kosovo é localizado no sul da Sérvia e tem fronteira com Albânia, Macedônia e Montenegro, um pequeno território, composto por 90% de população de origem Albanesa e uma minoria Sérvia, que viveu durante toda sua história conflitos étnicos.

Oficialmente é uma província da Sérvia, porém desde 1999 é administrada pela Organização Das Nações Unidas (ONU), depois da intervenção da OTAN sob as tropas servias que eram acusadas de perseguir as populações albanesas, que almejavam a independência total de Kosovo, recusada pela Servia que estava disposta a oferecer apenas autonomia para a província, já que a importância da região não era apenas economia, mas também mística por ser conhecida como um lugar sagrado para os de fé cristão-ortodoxa.

Diante da situação, a ONU encarrega um mediador, Martti Ahtisaari, para tentar conciliar as duas populações, assim Ahtisaari apresenta um plano onde Kosovo passa a ter características de um estado como, por exemplo, uma constituição própria e uma bandeira, no entanto a proposta não foi bem aceita por ambos, enquanto os Albaneses elogiaram a proposta, a Servia não aceita, dizendo que o plano abre possibilidades para a independência.

Assim como a Servia, outros paises também são contra a independência, entre eles está a Rússia, que teme a expansão a União Européia na região dos Bálcãs. De outro lado, são favoráveis, a maioria dos países da UE e os EUA.

No dia 17 de fevereiro de 2008, Kosovo declara sua independência, porém esta só será efetiva depois de um período transitório de 120 dias onde se deve adotar uma constituição, que apresente medidas que garantam os direitos da minoria sérvia localizada principalmente no norte da ex-província.


Albaneses comemoram declaração de Independencia de Kosovo

A declaração levou as ruas milhares de Albaneses que celebraram a decisão e que agora tem a esperança de melhores condições para a província. De outro lado uma minoria composta pelos sérvios dizem que não irão reconhecer a independência kosovar, mais que isso, poderão responder protegendo a região norte e suas igrejas ortodoxas, buscando uma autonomia. Em vista de tais tensões entre as etnias o plano proposto por Martti Ahtisaari prevê uma participação no governo local e no parlamento de sérvios, além da proteção a igreja Ortodoxa. Ainda como conseqüência da declaração, a Otan reforçou suas tropas e colocou-as em estado de alerta principalmente nas regiões onde albaneses e sérvios vivem lado a lado.

A independência foi um processo longo e conflituoso e como é visto deve trazer grandes conseqüências para os países do Bálcãs, a própria província está sujeita a uma divisão, já que como foi dito, a região norte apresenta uma maioria populacional servia que não aceitara a decisão, além disso, a declaração pode servir de pretexto para países como a Bósnia-Herzegovina exigirem maior autonomia ou até uma união com a Sérvia.

Diante de tamanha polêmica quanto a aceitação de Kosovo como um estado independente, podemos colocar acima que tais essas questões se Kosovo tem realmente condições de ser independente, de forma a trazer estabilidade a região, já que é uma das regiões mais pobres da Europa, que conta com alta taxa de desemprego. Apesar disto a independência foi declarada e mais uma vez, como acontece em toda independência não é possível agradar a todos e é assim unilateralmente, que Kosovo passa de província para um estado independente.

 

abril 21, 2008 at 12:42 am Deixe um comentário


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